sábado, 1 de outubro de 2011

Sylvia Robinson

Matéria publicada sábado, 01 de Outubro de 2011 no caderno C2+Música do jornal O Estado de São Paulo.

Morre a "mãe" do Hip Hop nos EUA

A cantora, compositora e produtora Sylvia Robinson morreu aos 75 anos, ontem pela manhã. Robinson era considerada a mãe do Hip Hop nos EUA por ter lançado comercialmente o primeiro grupo do gênero, em New York. Em 1979, ela e o marido, Joe Robinson, fundaram o selo Sugar Hill Records, e incentivaram três rappers, que improvisavam letras no Harlem, a gravar uma música. Ele eram o Sugar Hill Gang, e o hit Rapper's Delight ficou em 4 lugar nas paradas R&B. Já em 1982, outra banda do selo, o Grandmasterflash And The Furious Five, lançou The Message, primeiro Rap em que a letra falava sobre a vida no gueto.

domingo, 11 de setembro de 2011

Eu, dinheiro



Eu passo de mão em mão sem distinção, até com certa promiscuidade e sou cobiçado por todos. Alguns tentam fazer cópias, mas não ficam iguais. Fui criado por humanos, mas quem cuida deles sou eu. Decido quem vai viver ou não, de que modo e muitos dizem que eu trago felicidade. Eu mesmo não sei se sou feliz. Dependo dessa atração dos humanos, porque caso eles se desinteressem por mim, deixo de existir. Tenho alguns truques que os fazem dependentes. Amor bandido. Não agrado a todos, tem uns que conhecem meus artifícios e interesses. Mas estes são facilmente manipulados quando me afasto. Não gostam de mim, mas gostam menos ainda da minha falta.
Queria gostar dos humanos como eles gostam de mim. Depositam valor, me fazem sentir vivo, justificam minha existência mesmo em detrimento de suas próprias vidas. Por isso sinto a necessidade de conduzir a vida deles, em gratidão à sua devoção. Mas eu queria na verdade que nossa relação fosse gratuita.

domingo, 4 de setembro de 2011

Entre Rios


ENTRE RIOS from Caio Ferraz on Vimeo.

Este video chegou ao meu conhecimento através da Arquiteta Gabriela Ortega, Obrigado Gabi.
Através deste blog ajudo a espalhar o conteúdo. Veja abaixo Resumo retirado do próprio vídeo.

(Texto retirado do site: http://vimeo.com/14770270) Entre Rios conta de modo rápido a história de São Paulo e como essa está totalmente ligada com seus rios. Muitas vezes no dia-a-dia frenético de quem vive São Paulo eles passam desapercebidos e só se mostram quando chove e a cidade pára. Mas não sinta vergonha se você não sabe onde encontram esses rios! Não é sua culpa! Alguns foram escondidos de nossa vista e outros vemos só de passagem, mas quando o transito pára nas marginais podemos apreciar seu fedor. É triste mas a cidade está viva e ainda pode mudar!

O video foi realizado em 2009 como trabalho de conclusão de Caio Silva Ferraz, Luana de Abreu e Joana Scarpelini no curso em Bacharelado em Audiovisual no SENAC-SP, mas contou com a colaboração de várias pessoas que temos muito a agradecer.

Direção:
Caio Silva Ferraz

Produção:
Joana Scarpelini

Edição:
Luana de Abreu

Animações:
Lucas Barreto
Peter Pires Kogl
Heitor Missias
Luis Augusto Corrêa
Gabriel Manussakis
Heloísa Kato
Luana Abreu

Camera:
Paulo Plá
Robert Nakabayashi
Tomas Viana
Gabriel Correia
Danilo Mantovani
Marcos Bruvic

Trilha Sonora:
Aécio de Souza
Mauricio de Oliveira
Luiz Romero Lacerda

Locução:
Caio Silva Ferraz

Edição de Som:
Aécio de Souza

Orientadores:
Nanci Barbosa
Flavio Brito

Orientador de Pesquisa:
Helena Werneck

Entrevistados:
Alexandre Delijaicov
Antônio Cláudio Moreira Lima e Moreira
Nestor Goulart Reis Filho
Odette Seabra
Marco Antonio Sávio
Mario Thadeu Leme de Barros
José Soares da Silva

quarta-feira, 30 de março de 2011

bebê

29,7X21cm. Técnica mista sobre papel cartão.

Colocarei aqui um texto que li na revista Superinteressante (http://super.abril.com.br/ciencia/engravidar-ato-egoista-443342.shtml - Setembro de 2002) que me fez refletir bastante sobre a questão de ter um filho. É um período em que amigos e pessoas próximas estão vivenciando a criação de um ser humano. Tenho vontade de ter o meu, mas também reflito muito sobre as questões colocadas no texto a seguir:

Engravidar é um ato egoísta
Karen Gimenez*

É provável que minhas palavras incomodem as leitoras da Super que estão folheando a revista ao lado de seus rechonchudos bebês. Ou mesmo desperte a sanha dos cristãos mais fervorosos que lembrarão a célebre frase bíblica “crescei e multiplicai-vos”. Acontece que, quando tal frase foi dita, a humanidade vivia num mundo completamente diferente. Ainda não havia recenseamento populacional preciso e a Terra parecia pronta para receber todos que aqui chegassem. Hoje, isso não é mais verdade. Dados internacionais mostram que há mais de seis bilhões de seres humanos sobre o planeta. O pior é que, em 2050, esse número deve saltar para nove bilhões. Ou seja: em pouco menos de 50 anos, adicionaremos no planeta a metade da população que temos hoje – e não custa nada lembrar que levamos cerca de 100 000 anos para atingir esse número.

Há vários motivos para essa explosão demográfica. Desde a desinformação entre os mais pobres até a irresponsabilidade de famílias de classe média. Independentemente do motivo, o fato é que a população cresce em progressão geométrica, aumentando os problemas sociais e gerando mais violência. Países como a China tentam aplicar o controle de natalidade. Mas o problema é mundial e precisa ser encarado de frente por todos. Não dá mais para se esconder atrás de dogmas morais ou religiosos, enaltecendo o dom da maternidade e o milagre de gerar uma nova vida.

Por motivos que estão mais ligados ao lucro do que a preocupações humanitárias, a ciência colabora com essa explosão populacional desenvolvendo, a cada dia, métodos de fertilização artificial. Mas por que, em vez de gerar cada vez mais crianças, não damos condições decentes às que estão abandonadas ou que são obrigadas a trabalhar em fornos de carvão? Em vez de promover métodos de fertilização artificial, por que não se promovem eficientes campanhas de adoção?

Países como o Brasil precisam abandonar posturas hipócritas que dificultam a adoção internacional. As nações ricas, que têm taxas de crescimento negativo, precisam de crianças. Já o Brasil, a Índia e a China têm milhares de crianças desamparadas. Por que, então, não facilitamos o caminho para que elas possam ser criadas por quem tem condições de dar-lhes uma vida confortável?

Infelizmente, a hipocrisia não é só do governo. É também de boa parte da imprensa e da população. As mulheres que passam anos fazendo tratamento para engravidar, gastando até dezenas de milhares de dólares, são consideradas, por boa parte das pessoas, heroínas. Tudo porque conseguiram gerar uma nova vida. Imagine o quanto seria útil se todo esse investimento fosse usado para educar crianças que já nasceram.

Depois de conversar com várias pessoas sobre esse tema, costumo ouvir os mesmos argumentos. O mais enfático deles é aquele que defende o desejo da mulher de gerar uma vida dentro de si. Não haveria nada, afinal, que substituísse o ato de sentir um novo ser crescendo dentro da barriga de uma mulher. Mas, ao seguir essa linha de raciocínio, o que a mulher busca, na verdade, é a auto-satisfação – e não seria exagero dizer que ela estaria mais preocupada em conquistar esse prazer do que pensando no bebê em si. Outra argumentação comum é a de que, ao adotar um bebê, não se tem a garantia de saber a origem da criança. Essa desconfiança parte da tese, sem fundamento, de que o filho de um criminoso pode se tornar um criminoso, mesmo que cresça cercado de carinho. Pelo que eu sei, os genes não garantem que alguém será um mau-caráter ou um cidadão exemplar. Até porque criminosos como Hitler e o “Unabomber” eram filhos legítimos de famílias consideradas normais.

Se a genética e o desejo de engravidar não justificam o repúdio contra a adoção, é possível concluir que o que as futuras mães querem é a garantia de que seus filhos terão um tom de pele próximo do delas. O desejo de engravidar a qualquer custo também tem seu lado racista. Até mesmo porque boa parte das crianças abandonadas que poderiam ser adotadas no Brasil são negras.

Num planeta cada vez mais desigual, uma mulher que investe em tratamentos para gravidez é, de certa forma, uma egoísta – assim como um casal que tem cinco ou seis filhos. Não têm qualquer preocupação com o futuro do bebê nem com o futuro do planeta. Essa mulher quer apenas provar para ela e para a sociedade que é capaz de cumprir uma falsa obrigação moral: engravidar num mundo cada vez mais cheio de gente.

* Karen Gimenez é jornalista

segunda-feira, 7 de março de 2011

Comprar tirar comprar


Comprar, tirar, comprar from Dinero Libre on Vimeo.

Assisti esse filme através do site http://www.ideafixa.com/ e achei interessante divulgá-lo por aqui. Na minha cabeça fez um link com o que escrevi no post de 08 de Dezembro de 2010 http://tiruzine.blogspot.com/2010/12/sobre-marca-de-produtos-e-lixo.html
O filme discute como os produtos são feitos para terem um tempo de uso determinado em sua própria criação.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sanduiche-iche

Achei o texto a seguir que escrevi em 2007.

Sanduiche-iche
Ela estava na cozinha preparando um sanduíche. Eu estava com fome, mas estava atrasado para ir ao encontro com um cliente, um homem sério que não tolerava atrasos.
Ela perguntou:
- Você quer um? E continuou:
- Você leva e come no caminho.
Achei boa idéia e fiz sinal positivo. Enquanto preparava o meu, ela comeu seu sanduíche até a metade e jogou fora.
-Por que você jogou fora?
-Sei lá, não tava com tanta fome.
-Mas por que não guardou para comer depois?
-Sei lá, não iria comer e ficaria ai ocupando espaço... (apontando para a geladeira)
-Então por que não fez só a metade?
-Ah não sei! Me deixa! Não vamos brigar por causa disso...
Veio com seu sorriso irresistível e me deu um beijo. Ela interrompeu o beijo e disse:
-Vai, vai. Senão você perde este cliente.
Colocou o sanduíche embrulhado em um guardanapo e um plástico na minha mochila. Dei mais um beijo nela e saí.
Fui em direção ao ponto de ônibus, quando não sei o que aconteceu, minha vista escureceu, acho que levei uma pancada. Acordei atordoado e gritei:
-Aonde estou?
-Está em casa querido. Você foi assaltado. Por sorte, passou este médico segundos depois e lhe acudiu. Falou minha mulher.
-É eu vi você caído na calçada e perguntei para as pessoas se alguém lhe conhecia e o padeiro me disse que morava aqui. Não se preocupe, só levou uma pancada na nuca. Vai ficar tudo bem. Disse o médico.
Ele se despediu e foi embora. Fiquei pensando que estava tudo bem comigo, mas que haviam levado minha mochila e o quanto seria difícil arrumar outro laptop.
No dia seguinte recebi um telefonema que diziam ter encontrado minha mochila no parque próximo daqui. Fui encontrar a pessoa que me ligou e lá estava minha mochila.
-Está tudo ai? Perguntou o bom homem.
-Parece que sim. Muito obrigado. Difícil encontrar pessoas como o senhor hoje em dia.
- Imagina, gostaria que fizessem isso por mim também.
-Sabe, tudo o que pensei que levariam está aqui, mas reparando melhor, está faltando uma coisa...
-é? E o quê?
-Um sanduíche.