Domingo, dia 02 de Setembro de 2018, ocorreu um incêndio no
Museu Nacional, situado na Quinta da Boa Vista, zona norte do estado do Rio de
Janeiro. Mesmo sem tê-lo visitado senti uma perda enorme. Só ultimamente que
surgiu em mim um interesse pela nossa história. Gostaria de ter conhecido seu
acervo, ainda mais depois de saber pelo noticiário o que estava guardado lá.
Por exemplo, havia peças do antigo Egito, havia um catalogo de cinco milhões de
espécies de insetos. O fóssil humano mais antigo das Américas, chamado de
Luzia, de cerca de onze mil anos atrás, também estava no museu. Uma coleção de
mineralogia iniciada pela Imperatriz Leopoldina, que fora casada com Dom Pedro
I, também estava lá. Além de fosseis de dinossauro e arquivos botânicos, o
museu abrigava cerca de vinte milhões de peças cientificas e históricas,
demonstrando que não há valor financeiro que recupere o que se perdeu.
A edificação completou este ano duzentos anos de existência,
para não dizer “vida”. Não sei se isso é importante para as pessoas, não sei se
as novas gerações sentirão falta disso, mas mesmo não sabendo, considero
importante preservar registros culturais do passado como um exercício, para o
coletivo, de autoconhecimento. Às vezes surge o interesse de forma espontânea
como aconteceu comigo, percebi que o conhecimento é uno e todas as informações
que recebemos estão interligadas e por isso exalto a perda de grande valor
cultural para o país e para o mundo. Penso que só não necessitaríamos deste
material se tivéssemos atingido um nível de consciência que abrangesse todo
este conhecimento e que não tivéssemos mais problemas e conflitos sociais.
Todos nós, Estado e sociedade, precisamos assumir mais a
responsabilidade para a preservação de nossa história. Para que possamos
aprender com as experiências anteriores. Tanto se fala em nosso déficit educacional
na área de formação dos indivíduos, mas precisamos dar atenção também em como
tratamos nossa cultura. Precisamos mudar nossa forma de pensar, para que a
sociedade se interesse mais por museus não deixando-os em completo abandono e
um fardo governamental. Insisto que é um modo de pensar pois não somente os
bens culturais tombados são tratados desta maneira, mas é incrível como bairros
perdem sua história com os novos empreendimentos e a partir disto perdemos
nosso contexto em relação ao lugar, não dando mais a devida importância para
algo que não é material que é nossa história.
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