quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

02- Continuação: Agricultura sintrópica de Ernst Götsch




Hoje é um dia que não para de chover em São Paulo e continuo meus estudos sobre a postagem anterior, mesmo ficando a maior parte da tarde sem sinal de internet.
Me surpreendo com a sincronicidade. Disse anteriormente que era uma ideia minha mas me engano (e sabia disso por ser óbvio). Hoje buscando informações sobre o assunto, achei uma revista Globo Rural, numero 370 de Agosto de 2016 e a matéria de capa é sobre a agricultura sintrópica de Ernst Götsch.
Ele é um cientista suíço que mostra como é possível recuperar solos degradados e produzir alimentos em sistemas agroflorestais. Fiquei surpreendido com a informação que esse foi o tema de uma novela chamada Velho Chico, da Rede Globo. Ou seja, o assunto deve ter atingido muitas pessoas.
Não vou me exceder aqui pois as informações estão na matéria que estão no link. Mas constatei que as ideias de Ernst são as mesmas que eu pensei. Segundo seu conceito, Götsch diz que a sintropia recupera qualquer área, em qualquer bioma. A lógica é utilizar a própria vegetação para iniciar o processo. Acho que uma única diferença mas que não se opõem e sim se complementam entre seu conceito e minha ideia, é que no caso da região seca do Nordeste, é necessário agregar ações também artificiais para acelerar o processo e criar estrutura para atender necessidades dos seres humanos locais. Logo não somente plantas locais seriam utilizadas, mas precisando também da infraestrutura de cisternas e matéria orgânica de outros locais (ações artificiais para otimização do trabalho).

“A vegetação rebrota em qualquer arranjo feito entre o componente florestal e o agrícola, trazendo abundancia, vida e água de volta.” Ernst Götsch

Matéria da Revista Globo Rural:

Site de Ernst Götsch:

palestra:


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

01- Uma ideia, propósito e projeto do Espaço Cinestésico para região seca no Nordeste


Uma ideia

Tive uma ideia e não sei como colocá-la em prática, mas resolvi registrar aqui para começar seu desenvolvimento. Não sei se já teve alguém com a mesma ideia, mas irei procurar e todos que leem este texto também podem ajudar.
Imagino que se há locais na Terra que são secos devem ter alguma razão para existir e devemos mantê-lo assim, mas por exemplo há uma região de seca em parte do Nordeste do Brasil e há pessoas que lá habitam. E é para esses casos que tenho uma ideia de um projeto para resolver tal situação. Como já disse é uma ideia e ainda não sei qual o real impacto ambiental disso mas se já alteramos nosso meio com cidades creio ser este um impacto menor.
A ideia consiste em retirar matéria orgânica (como folhas e lixo orgânico seletivo) de uma região farta deste tipo de material e levá-lo para essas regiões secas onde residem pessoas. Porque este material contém grande quantidade de água.
Essa ideia me ocorreu observando minha composteira. Para quem não sabe, composteiras são locais de depósito de matéria orgânica para decomposição e reuso como adubo vegetal. Este processo pode ser feito com ajuda de minhocas ou não. Sem elas o processo é mais lento mas também é possível obter o que chamamos de húmus vegetal. Todos os nutrientes deste material são reaproveitados pelo solo. É uma boa solução para redução do volume de lixo dos aterros reaproveitando-o de maneira inteligente.
Estava observando minha compostagem com somente folhas. Vou recolhendo as folhas que caem das árvores no quintal e colocando em um balde que fica fechado. Quando há sol, abro este balde debaixo do sol para acelerar o processo de decomposição. Certo dia joguei o conteúdo no chão para jogá-lo na minha composteira com minhocas e o material que estava por baixo já estava semidecomposto, bem úmido e com um cheiro agradável de terra molhada como das florestas tropicais úmidas. Nesse momento tive essa ideia: por que não há um trabalho que leve este material para os solos secos, onde haveria a nutrição deste solo e talvez levando umidade, pudesse aumentar os períodos de chuva no local. Pensei assim: se isso ocorre na escala residencial, por que não executar em uma escala maior como em um país? Não sei se é loucura, mas resolvi colocar a ideia no papel para que possa pedir ajuda de vocês.
Imaginei que com o desenvolvimento e passar do tempo, a solução se auto geraria pois com o solo fértil se desenvolveria vegetação que traria o ciclo de água para o local. E não é somente uma solução para essas regiões secas mas uma solução global porque incide em várias questões como redução de lixo e nutrição do solo portanto, em cidades já desenvolvidas possivelmente com solos mais nutrido haveria menos quedas de arvores por exemplo.
Claro que esta também não é uma ação única, já que também é preciso outros planejamentos como criação de cisternas e locais de deposito, bem como desenvolvimento de transporte para este material. Mas com boa vontade e paciência prevejo sim ser uma solução possível. Cito paciência porque é um processo lento e só obteria resultado satisfatório com o decorrer do tempo.
Considero esta ser uma intervenção positiva do ser humano ao ambiente e um modo de olhar não somente para a ação destrutiva como fazemos intensamente. Dependendo de como o ser humano age, podemos desenvolver ações harmônicas com a natureza, afinal somos uma coisa só. Se pensarmos somente na extração de recursos e não como devolve-los nossa espécie será extinta.
Vejo que estas coisas não são feitas muito mais por desinteresse político e econômico como também por preguiça e a não vontade de mudar. Políticas de levar caminhão-pipa para os moradores dessa região já acontecem, então por que não tentar minha ideia em paralelo?
Não sei quanto custaria mas poderíamos fazer de forma gradual para conseguirmos avaliar estes parâmetros. Poderíamos começar com resíduos das cidades mais próximas e irmos aumentando a escala caso as ações obtenham resultados. Moro em São Paulo e fico pensando o quanto desperdiçamos estes resíduos. Para ações deste tipo precisamos da atuação do governo porque são ações que não visam lucro, mas que podem também ser lucrativas. Também porque precisamos da infraestrutura como transporte e locais de armazenagem. Como já citado melhoraria a destinação dos resíduos orgânicos diminuindo a quantidade de lixo. Por isso o conhecimento botânico é tão importante e é preciso incorporá-lo em nosso dia-a-dia. Ele também faz parte de nossa educação. Acho que é um projeto grande e ambicioso, que geraria bastante emprego. Ele atua também para nosso bem-estar e saúde. Pensem nisso e me ajudem!

Como estava a composteira bem úmida, 
basicamente composta por decomposição de folhas. Foto: Tiru 


Este líquido é o Chorume, 
resultado da decomposição 
da matéria orgânica. 
Utilizado como biofertilizante.
Este é o resultado de aproximadamente 
um mês de compostagem, uma garrafa de 7 Litros. 
Foto: Tiru

Fontes de pesquisa (serão atualizadas conforme desenvolvimento do projeto):